E da dor se fez o prazer - Um ensaio sincero sobre como lidar com a dor.
E da dor se fez o prazer.
Quando eu estava no 8º ano, isso faz uns 6 anos, talvez um pouquinho menos, a professora de literatura apresentou uma lista de livros que seria interessante ver durante o ano, eram infanto-juvenis, mas alguns deles retratavam coisas muito profundas, entre eles, uma das melhores coletâneas que eu já li em toda a minha vida: Dragões de Éter, de um escritor Brasileiro chamado Raphael Draccon.
E não, o artigo não é sobre esse livro, na real, é sobre o que esse livro me passou, sobre como essa obra prima vai muito além do que a capa e o nome podem passar, porque essa série vai muito além de uma fantasia normal, ela transcende tudo. Personagens envolventes, uma trama qualitativa que se estende e renova em premissas que antes se diziam clichês, mas renascidas e usadas de uma forma que o autor torna única esta jornada, em cada palavra, em cada capítulo.
E uma das frases que mais me chocaram dentro de suas páginas, e que eu levo pra vida, e claro, que deu origem pra esse artigo é: “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional”.
Oi, me chame de Key e esse é um ensaio sincero sobre como lidar com a dor. Ou, os primeiros passos para conviver com ela.
Sentir dor, mágoa, decepção, qualquer coisa nesse sentido, é natural. E você, provavelmente, já sentiu todas elas, se não juntas, em momento separados da vida, é óbvio que isso não é uma novidade para ti, pra nenhum de nós é. Mas amenizar ela no teu coração para que não evolua pra um sofrimento auto-criado é um passo e essencial que nenhum de nós sabe lidar direito, cada novo sentimento que espanca a nossa cara, as vezes de uma forma que nenhum de nós sabe como chegou, ou porque chegou, é sempre um motivo para retrabalhar nossa mente e entender que porra que está acontecendo conosco. Afinal, a mudança faz bem, mas nenhum de nós é obrigado a aceitar quando algo está machucando, física ou psicologicamente. Seja num relacionamento que não tá funcionando tão bem (ou um que nunca funcionou), um trabalho abusivo, uma queda ou acidente. Estímulos de experimentos totalmente diferentes levam a um único ponto: A dor.
A ciência explica-a da seguinte forma: "Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade – do desconforto leve à agonia –, podendo resultar da estimulação do nervo em decorrência de lesão, doença ou distúrbio emocional". E bom, até tem um site pra isso.
Não, não pra fazer tu sentir dor, pra identificar o tipo de dor que tu tá sentindo.
Mas, no fim, a dor é um fenômeno complexo e todo mundo já comentou algo como “Nossa, só eu sei o que eu passei” – “Tu nem imagina” – “Não desejo isso pra ninguém”. E sim, nada vai amenizar tua dor e pessoa nenhuma pode rebaixar o que tu sentes. Mas... Será que tu ta sentindo isso mesmo? Ou tu mesmo se ilude? Você tenta amenizar, abafar o teu sentimento, um eufemismo intencional, que me lembra aquele meme do cachorro...
Você achou que eu ia falar que a tua dor é drama né? Não, na real, eu acredito 100% que você sinta tudo isso. Mas eu acho que VOCÊ mesmo se recusa a acreditar nisso, é o que todos nós fazemos. Nessa ilusão de dizer que “eu tô bem” ou o “Tá tudo certo”. Você ilude não só a ti, mas as pessoas que podem querer tentar te ajudar.
No final, isso tudo vai fazer sentido. Eu te prometo.
Aceita-te a ti mesmo, conhece-te a ti mesmo. Com pleonasmo, sim. Sabe o que mais me dói? Não é sentir a dor quando ela vem, é recusar ela. É fingir que está tudo bem, fingir que aquilo é normal. A normalidade é o que pode tornar o mundo um caos. Se tornou normal achar lixo na rua, ou ver um casal brigando ou não dizer nada, ou ver alguém mal e simplesmente deixar para lá. A normalidade é perigosa, meu chapa. Infelizmente, é normal estar com o mundo despencando e simplesmente “deixar pra lá”. O famoso “Está tudo bem, amanhã vai passar”. Não, nunca está tudo bem e isso é muito mais dolorido de admitir do que fingir que as coisas vão passar rápido, ignorar tudo, não é?
Infelizmente não existe uma chave da natureza pra passar a tristeza, mas o melhor concelho que eu posso dar pra ti é: Chora. Sinta. Viva.
Se você sente dor, sinta-a, se permita desfrutar daquele momento, por mais horrível que seja, veja que aquilo é real, que aquela dor tem motivo, que não é um deixar pra lá.
Se você está triste, sinta essa tristeza, todo mundo passa por isso e você não é um monstro por chorar, você é humano, você é forte e único, aceite.
Se você está feliz. Então não remoa sua vida como se tudo fosse desmoronar e voltar para a merda. Viva aquele momento, viva todos os momentos com a devida atenção que eles merecem. Seja um protagonista, não pule as linhas do livro só porque você já tem um relance do que pode estar escrito nelas. É fato.
Conhece a ti mesmo, você é a única pessoa que é 100% sincera consigo mesma. Você é o único que sabe o que você está passando porém continua mentindo para si, por quê? Eu também já fiz isso, é normal... Só, não precisa continuar com isso, a dor é natural e todo mundo a sente. Provavelmente foi o primeiro sentimento que alguém sentiu na história. Então... Para que recusar algo tão essencial? Pra que essa vergonha né? Acho que nenhum de nós tem essa resposta.
Em um dos vídeos do Ludoviajante, em específico, este: “Qualia: Por que é difícil explicar o que você sente?”, há uma frase que me chamou muito atenção. “Não importa o quanto alguém acha que te conhece, a infinidade dos seus sentimentos vai além de qualquer compreensão”. E em meados do video ele fala o quão prejudicial e problemático é tentar comparar os seus sentimentos com o de alguém, a tua dor com a de outra pessoa, não dá para mensurar o que você sente comparando com algo exterior, como se a dor que você sinta tivesse um ponto de partida e de referência, qualquer sentimento cabe nisso também. Mas ninguém está sempre resistente a ponto de lembrar disso, afinal, nosso cérebro trabalha muito com comparações, citei isso no ensaio “Da obra prima ao fracasso – Por que não sentimos medo com o terror literário?”. É natural comparar coisas, mas nem sempre se torna saudável.
O que eu quero dizer é simplesmente: Não se culpe por sentir, não se culpe por algo tão natural, a culpa é perigosa em momentos como esse, beirando num precipício de mais sofrimento e insuficiência. Confie em mim, depois que você começa a notar que a dor só está ali pra mostrar que algo está errado com seu corpo (ou com sua mente), que está ali pra te fazer aprender, tudo fica mais fácil, ou pelo menos, um pouco menos desconfortável.
Independente de como a ciência explique, de como os psicólogos ou os médicos falem sobre como o sofrimento e a dor reagem dentro de alguém, eles são únicos nos teus sentimentos e vêm até você por um único motivo, que tem uma origem talvez você seja o único que entenda. Então, não vai fazer sentido mentir pra si mesmo que aquilo está certo, ou que o melhor a fazer é engavetar e fingir que nada aconteceu. Aceita-te a ti mesmo, assim como tudo que vem, isso tem um motivo e o melhor a fazer vai ser aprender com isso, por mais difícil que seja no começo.
E, por fim, o que “Dragões de Éter” têm a ver com tudo isso? Por que a série foi tão importante? Além da frase tão extraordinária que deu origem a este texto e também todos os outros fatos que tornam a saga única, Dragões de Éter conseguiu, de forma magnífica e íntima, explorar todas as dores possíveis, seja da perca, do luto, do amor, da superação, da amizade. Ambas as dores, em todas as suas entrelinhas e em seus protagonistas, ficavam marcadas como uma frase de “Oi, eu estou aqui, e eu vou te deixar uma pessoa incrivelmente forte quando você aprender a lidar com tudo que está passando”. E por isso eu acho que, apesar de poucas pessoas terem notado esse lado na série, ele é um dos mais importantes. A trilogia explora não somente a mentalidade e o sentimento dos personagens, mas um jeito de tornar os problemas próximos da realidade do leitor, pra mostrar que todo mundo pode passar por aquilo, ou sentir aquilo, e mesmo assim seguir em frente.
E talvez, a lógica de todos os filmes e séries não seja essa? Quanto mais alguém passa por dificuldades, mais ele aprende.
Cabe a você também ser um protagonista, não recusar os problemas como se eles tivessem uma razão mágica para ir embora, ou tão fútil que você pudesse ignorar.
Não, não pra fazer tu sentir dor, pra identificar o tipo de dor que tu tá sentindo.
Mas, no fim, a dor é um fenômeno complexo e todo mundo já comentou algo como “Nossa, só eu sei o que eu passei” – “Tu nem imagina” – “Não desejo isso pra ninguém”. E sim, nada vai amenizar tua dor e pessoa nenhuma pode rebaixar o que tu sentes. Mas... Será que tu ta sentindo isso mesmo? Ou tu mesmo se ilude? Você tenta amenizar, abafar o teu sentimento, um eufemismo intencional, que me lembra aquele meme do cachorro...
Você achou que eu ia falar que a tua dor é drama né? Não, na real, eu acredito 100% que você sinta tudo isso. Mas eu acho que VOCÊ mesmo se recusa a acreditar nisso, é o que todos nós fazemos. Nessa ilusão de dizer que “eu tô bem” ou o “Tá tudo certo”. Você ilude não só a ti, mas as pessoas que podem querer tentar te ajudar.
No final, isso tudo vai fazer sentido. Eu te prometo.
Aceita-te a ti mesmo, conhece-te a ti mesmo. Com pleonasmo, sim. Sabe o que mais me dói? Não é sentir a dor quando ela vem, é recusar ela. É fingir que está tudo bem, fingir que aquilo é normal. A normalidade é o que pode tornar o mundo um caos. Se tornou normal achar lixo na rua, ou ver um casal brigando ou não dizer nada, ou ver alguém mal e simplesmente deixar para lá. A normalidade é perigosa, meu chapa. Infelizmente, é normal estar com o mundo despencando e simplesmente “deixar pra lá”. O famoso “Está tudo bem, amanhã vai passar”. Não, nunca está tudo bem e isso é muito mais dolorido de admitir do que fingir que as coisas vão passar rápido, ignorar tudo, não é?
Infelizmente não existe uma chave da natureza pra passar a tristeza, mas o melhor concelho que eu posso dar pra ti é: Chora. Sinta. Viva.
Se você sente dor, sinta-a, se permita desfrutar daquele momento, por mais horrível que seja, veja que aquilo é real, que aquela dor tem motivo, que não é um deixar pra lá.
Se você está triste, sinta essa tristeza, todo mundo passa por isso e você não é um monstro por chorar, você é humano, você é forte e único, aceite.
Se você está feliz. Então não remoa sua vida como se tudo fosse desmoronar e voltar para a merda. Viva aquele momento, viva todos os momentos com a devida atenção que eles merecem. Seja um protagonista, não pule as linhas do livro só porque você já tem um relance do que pode estar escrito nelas. É fato.
Conhece a ti mesmo, você é a única pessoa que é 100% sincera consigo mesma. Você é o único que sabe o que você está passando porém continua mentindo para si, por quê? Eu também já fiz isso, é normal... Só, não precisa continuar com isso, a dor é natural e todo mundo a sente. Provavelmente foi o primeiro sentimento que alguém sentiu na história. Então... Para que recusar algo tão essencial? Pra que essa vergonha né? Acho que nenhum de nós tem essa resposta.
Em um dos vídeos do Ludoviajante, em específico, este: “Qualia: Por que é difícil explicar o que você sente?”, há uma frase que me chamou muito atenção. “Não importa o quanto alguém acha que te conhece, a infinidade dos seus sentimentos vai além de qualquer compreensão”. E em meados do video ele fala o quão prejudicial e problemático é tentar comparar os seus sentimentos com o de alguém, a tua dor com a de outra pessoa, não dá para mensurar o que você sente comparando com algo exterior, como se a dor que você sinta tivesse um ponto de partida e de referência, qualquer sentimento cabe nisso também. Mas ninguém está sempre resistente a ponto de lembrar disso, afinal, nosso cérebro trabalha muito com comparações, citei isso no ensaio “Da obra prima ao fracasso – Por que não sentimos medo com o terror literário?”. É natural comparar coisas, mas nem sempre se torna saudável.
O que eu quero dizer é simplesmente: Não se culpe por sentir, não se culpe por algo tão natural, a culpa é perigosa em momentos como esse, beirando num precipício de mais sofrimento e insuficiência. Confie em mim, depois que você começa a notar que a dor só está ali pra mostrar que algo está errado com seu corpo (ou com sua mente), que está ali pra te fazer aprender, tudo fica mais fácil, ou pelo menos, um pouco menos desconfortável.
Independente de como a ciência explique, de como os psicólogos ou os médicos falem sobre como o sofrimento e a dor reagem dentro de alguém, eles são únicos nos teus sentimentos e vêm até você por um único motivo, que tem uma origem talvez você seja o único que entenda. Então, não vai fazer sentido mentir pra si mesmo que aquilo está certo, ou que o melhor a fazer é engavetar e fingir que nada aconteceu. Aceita-te a ti mesmo, assim como tudo que vem, isso tem um motivo e o melhor a fazer vai ser aprender com isso, por mais difícil que seja no começo.
E, por fim, o que “Dragões de Éter” têm a ver com tudo isso? Por que a série foi tão importante? Além da frase tão extraordinária que deu origem a este texto e também todos os outros fatos que tornam a saga única, Dragões de Éter conseguiu, de forma magnífica e íntima, explorar todas as dores possíveis, seja da perca, do luto, do amor, da superação, da amizade. Ambas as dores, em todas as suas entrelinhas e em seus protagonistas, ficavam marcadas como uma frase de “Oi, eu estou aqui, e eu vou te deixar uma pessoa incrivelmente forte quando você aprender a lidar com tudo que está passando”. E por isso eu acho que, apesar de poucas pessoas terem notado esse lado na série, ele é um dos mais importantes. A trilogia explora não somente a mentalidade e o sentimento dos personagens, mas um jeito de tornar os problemas próximos da realidade do leitor, pra mostrar que todo mundo pode passar por aquilo, ou sentir aquilo, e mesmo assim seguir em frente.
E talvez, a lógica de todos os filmes e séries não seja essa? Quanto mais alguém passa por dificuldades, mais ele aprende.
Cabe a você também ser um protagonista, não recusar os problemas como se eles tivessem uma razão mágica para ir embora, ou tão fútil que você pudesse ignorar.
Vai tudo ficar bem, mas primeiro, tudo tem que vir de ti, começar de ti, e terminar por ti.
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