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Mostrando postagens de agosto, 2020

Eu apenas fui um sonho ruim.

     Rasga minha carne e risca minha pele dizer isso, mas sim, eu fui o pior de mim e, infelizmente, o meu maior demônio sou eu mesmo, não posso destruí-lo, ele sabe como colar os fragmentos.      Por muito tempo cai em minha própria apatia, roguei pelas minhas dores, em vão, chorei e tenho os relatos marcados de minhas lágrimas, gritei e tenho os ecos de meus lamentos, sinfonias.      Desligue a luz.      Apague todos os nossos feitos, seja igual a mim, um eterno poeta pessimista, fadado a morte, ao existencialismo que preenche minhas veias, o absurdismo de estar vivo.      Eu fui apenas um sonho ruim.      E bem sabe você de todos os meus pecados, de ser cego pelo egoísmo, pelo desejo de melhorar, da angústia e do medo de dar o primeiro passo e conservar o conforto.      Desculpe, desculpe por tudo, por toda página queimada, pelos capítulos consumidos, pelas palavras vazias, assim ...

48 horas para não se sentir tão vazio.

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Caminhava. Dia quente para um inverno, num mesclado de mudanças temporais que os jornais já debatiam há muito tempo se era natural ou não. Não fazia diferença. Céu limpo, onde nuvens algodão davam um toque artístico ao xadrez azul-branco monótono que existia sobre os tetos das casas. Vento fresco, amigável, batendo no rosto como um beijo suave. As ruas, como sempre, urbanas. Casas com os jardins vazios, criançada na escola, buzinadas aqui e ali, vendedores alegres, vizinhos debruçados sobre os portões, sorrindo para o nada, fofocando. Sinfonia de cidade pequena, você ouvia, depois parava de ouvir por alguns míseros segundos, e neste meio tempo já ouvia algo novo. O motor rugindo dava espaço, momentaneamente, para alguma máquina trabalhando num canteiro de obras, e com a ansiedade artística do papel ruidoso automobilístico, retornava com todo fervor para simbolizar que ainda estaria ali, naquela paisagem urbana. Era sexta, dia de fazer barulho, correr para casa, pisar no acelera...